domingo, 5 de junho de 2011

Sobre Cascudos e Bons Treinadores

O Grêmio começa com superioridade, toca rápido, cria muito, tem dificuldade no penúltimo toque. No meio-campo, parece a Holanda. Algumas chances surgem, chutes de longe e cruzamentos. Às vezes, o Grêmio marca um gol. As chances comecam a aparecer, passes de letra se reproduzem. A vitória parece questão de tempo. Até que a outra equipe tem sua primeira grande oportunidade. Aí, o outro acredita no jogo, o Grêmio fica apático e displicente. Às vezes, a outra equipe marca um gol. Às vezes, dois. Esse tem sido o script da maioria dos jogos do Grêmio nesta temporada.


Para mim, isso é problema de técnico. Assim como um Felipão transforma a índole da faceira seleção brasileira em guerreiros táticos e organizados, o indiscutivelmente competente Evaristo de Macedo transformou o Grêmio raçudo do Luís Felipe em um time fresco e faceiro. Para Renato Portaluppi, isso é falta de jogadores "cascudos".

Façamos, então, um exercício de lógica: Um time com Victor, Gabriel, Rafael Marques, Rodolfo, Gílson, Fábio Rochemback, Douglas, André Lima e/ou Borges é um time inexperiente? Pois a maioria desses jogadores esteve presente em quase todos os jogos onde o Grêmio entregou um resultado seguindo o script acima. Na maioria das falhas da zaga, havia três ou quatro jogadores "cascudos" e o capitão Rochemback na formação.

Por outro lado, Marcelo Grohe tem se saído extremamente bem; Mario Fernandes, improvisado, está sendo um dos melhores laterais do Brasil; Saimon vem bem; ninguém diria que Neuton não se sai melhor que o extremamente esforçado, mas limitado, Gílson; Adílson é elogiado pela imprensa brasileira; Fernando entra por convicção do próprio treinador; Leandro é a grande revelação do ano tricolor. E aí? Falta jogador cascudo?

Quando o Grêmio tomou um banho de treinador, um nó tático, um show de esquema, jogando contra a Católica, Renato Portaluppi culpou a sorte. Agora, antes mesmo das contratações "cascudas" entrarem em campo, o Grêmio acumulou duas vitórias em sequência. Como gremista, fico feliz, mas me pergunto "até quando?", já que o script hoje foi o mesmo. Só que o Bahia é muito fraco.

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