terça-feira, 17 de maio de 2011

O clubismo afetou o raciocínio

Depois do desabafo do jogador colorado Zé Roberto sobre supostas manifestações racistas da torcida do Grêmio no jogo de domingo, o tema voltou com tudo aos noticiários regionais e nacionais. Uma forte chuva de críticas aos torcedores gremistas foram feitas generalizadamente e sem provas concretas. E sim, pelo menos, no início, alguns dos principais portais generalizaram em seus títulos sobre as manifestações racistas por parte de alguns gremistas.

A torcida tricolor gaúcha não conseguiu ficar calada ouvindo essas críticas generalizadas sem poder se defender, então de forma irracional saíram em sua defesa. Na tentativa, utilizaram como desculpa o mascote dos projetos sociais do Inter, que é o macaco Escurinho. Convenhamos, esta desculpa é muita esfarrapada, os colorados não chamam os gremistas de "mosqueteiros". E além do mais, o mascote oficial do clube é o Saci. Assim, a torcida do Grêmio acabou de forma irracional defendendo o racismo, talvez sem perceber, ou talvez não. O clubismo afetou o raciocínio.

Quem aqui já ouviu as músicas cantadas por uma das torcidas do Grêmio? Vou trazer aqui, algumas partes de algumas canções que mostram racismo claro.

"Macaco puto segue sempre imitando..."
"Grêmio imortal, macaco chora..."
"Chora macaco imundo..."
"...corre os macacos do internacional"

São estes pequenos torcedores que levam essas letras ao estádio e fazem tudo ficar generalizado depois, este tipo de "música" incentiva o racismo. Daí eu pergunto, cadê o estatuto do torcedor que deveria interferir nesses xingamentos e insultos desnecessários ao rival? Cadê a direção gremista que não conversa com a torcida para mudar o enfoque de seus cânticos? Cadê o respeito?

Torcida tem que ir no estádio para apoiar ou reclamar de seu time do coração, e não do rival. Porém, enquanto ninguém agir quanto a isto, o futebol vai continuar retrocedendo.


O PORÉM DO CASO

Depois das revelações de Zé Roberto, outros casos parecidos que resultaram punição ao clube foram lembrados. O caso de jogador Tinga. Quando no Jaconi, o árbitro teve que parar o jogo de Juventude e Internacional porque quando o Tinga pegava na bola eram entoados gritos de “hu hu hu”. E o caso do jogador gremista Jeovânio que foi alvo de racismo em Caxias e o Juventude foi punido com perda de mando de campo e multa de 200 mil dólares. Porém, nestes dois casos as manifestações foram claras, registradas e reclamadas pelos próprios jogadores no momento. No caso do Zé Roberto, não se possuem provas concretas e o jogador foi reclamar para a mídia dois dias depois do acontecimento.

Twitter Facebook Favorites More