Foto: Jefferson Botega/Zero Hora |
Surpreendente, a final do Gaúchão (que já foi chamado de cafezinho na era Fábio Koff em 1995/96) deste ano, um grande jogo disputado pela dupla Grenal no Estádio Olímpico. Grêmio começou o jogo a 200 por hora, com alta velocidade o time de Renato lembrava a equipe que ano passado decidia seus jogos logo nos primeiros minutos. Logo aos 15 minutos, Lúcio abriu o marcador para o tricolor. O Inter de Falcão começou jogo mal escalado com Juan na lateral, Kléber no meio e D’Alessandro no ataque. O treinador colorado que não é bobo, mexeu no time e tirou Juan( já com cartão amarelo) e botou o atacante Zé Roberto, passando Kléber para lateral e D’Alessandro de volta ao meio. O Grêmio continuava melhor, mas Damião em grande fase empatou o jogo, numa jogada de Zé Roberto pela esquerda. O colorado melhorou e numa cobrança de escanteio, Andrezinho pegou a sobra e botou o Inter na frente.
No 2º tempo, o Inter precisando do resultado se mandou para frente, Falcão tirou Andrezinho lesionado e botou o jovem Oscar que causou correria na zaga do Grêmio. O tricolor gaúcho voltou para segunda etapa indo pra cima, mas com pouco menos de velocidade. Até que os 30 minutos Zé Roberto, o grande nome do jogo escapou pela esquerda e cara a cara com Victor sofreu pênalti, convertido por D’Alessandro. Com esse resultado o time de Falcão estaria sendo campeão gaúcho. Renato imediatamente trocou Leandro e Viçosa pelos contestados Lins e Borges. O Grêmio pressionou e num levantamento para a área de Douglas, Renan falhou e bola sobrou para Borges marcar.
Os últimos minutos para gremistas e colorados foi simplesmente um teste para cardíaco, como diria Galvão Bueno. A partida terminou 3 a 2 para o Inter, o mesmo resultado conquistado pelo Grêmio no clássico no estádio Beira-Rio, para aumentar a dramaticidade da partida, uma decisão por pênaltis.
Douglas e D’Alessandro converteram. Renan defendeu a cobrança de William Magrão, mas Victor logo em seguida pegou as cobranças de Damião e Kléber. Lúcio tinha a chance de colocar o tricolor na frente, mas a estrela de Renan brilhou e o goleiro defendeu mais uma. Rochemback, Lins, Oscar e Bolatti converteram seus pênaltis empatando o Grenal novamente e levando disputa para as cobranças alternadas. Rodolfo e Nei igualaram o placar mais uma vez. Até que Adílson, jogador conhecido por não marcar gols pela sua péssima pontaria, cobrou o pênalti e Renan mais uma vez defendeu. Restou a Zé Roberto o melhor jogador do clássico, a missão de dar o título gaúcho ao Inter, que não decepcionou e marcou gol na sua cobrança.
Como vimos, o clássico foi cheio de emoções com nível bem superior as partidas do campeonato gaúcho, é uma pena este grande jogo não valer nada mais do que apenas uma flauta semanal entre torcedores rivais. Pois o Inter, campeão gaúcho de 2011 conquistou vaga para que o mesmo com esta conquista? Nem estádios estiveram lotados nas finais? É preciso rever a fórmula de disputa do estadual, são muitas finais, decisão da Piratini, Farroupilha, Super campeonato. Tudo isso por nada...Porque não se faz apenas um campeonato, com quartas-de-final, semifinal e final.
E porque flauta semanal? Pois no próximo domingo começa o campeonato brasileiro( veja o texto foco é no Brasileirão) e depois de alguns jogos ninguém mais lembrará do título de campeão gaúcho. O campeonato nacional sim é a Copa do Mundo da dupla Grenal que pode levar os times de volta a Libertadores da América. E alguém lembra do Inter campeão gaúcho de 2002 com Junior Baiano e Fernando Baiano, que quase foi rebaixado. E o Grêmio de 1999 que jogava nas costas de Ronaldinho e foi um desastre no Brasileirão daquele ano. Cuidado, o Gaúchão engana e complica (veja texto o Gaúchão vale o que mesmo) a dupla grenal, os dois times precisam de reforços.